segunda-feira, 27 de julho de 2009

Família ê, família â - I

Eu costumo brincar dizendo que sou adotada. Impossível, pois sou a cara da minha mãe quando mais nova. Tenho mais duas irmãs, que eu não acho nenhum pouco de semelhança entre nós. Uma é mais parecida com meu pai e a outra é muito parecida fisicamente com as irmãs de minha mãe. Ah, também tenho um meio irmão agora que é lindo, loiro e de olhos verdes, nada a ver comigo.
..Mas voltando ao começo minhas irmãs adoram uma bagunça com muita gente, barulho e pagodeira; eu adoro me reunir com alguns amigos escutando um rockzinho de fundo bebendo um vinho, trocando ideias. Adoro ir a museus, galerias e eventos culturais, adoro e cobro pontualidade; minhas irmãs só entraram em museus em excursão escolar e me deixaram esperando por 45 minutos neste final de semana, cobrei, lógico. Eu me foco sempre em estudar; minhas irmãs em ganhar dinheiro. Gosto de ler, escrever e me manter atualizada sobre livros, moda, cinema e cultura em geral; minhas manas gostam de churrasco e colocar fotos no orkut. Por essas e outras eu sou “metida” da família. Mas quando eles precisam de algum conselho sobre moda ou decoração eles chamam a metida aqui. Não dá pra mudar quem a gente é, nem do que a gente gosta. Quando somos um pouco diferentes dos nossos parentes acabamos rotulados. Quando pequena eu ficava de mau humor com tudo que eu não gostava (odiava parentes distantes me apertando beijando minhas bochechas), não brincava muito com outras crianças e nem subia em árvores porque não queria me sujar. Porque? Vai saber né.(..)

Família ê, família â - II

Tenho poucas teorias de como irmãos podem ser tão diferentes, afinal somos criados pelos mesmos pais, da mesma forma. No meu caso de filha mais velha acredito que minha mãe passou muito tempo comigo e acabou fazendo de mim uma bonequinha, ela trabalhava, mas passávamos muito tempo juntas, aprendi a ler em casa, vários passeios em parques, em museus (a há), e pelo centro de Porto Alegre. Minha irmã do meio era um guri, corria o tempo todo, sempre machucada de ficar subindo em árvores e tinha até uma gangue com as crianças do condomínio. Era impossível, acho que minha mãe desistiu de tentar controlar ela, não vou nem citar a adolescência – tem uma história que eu tentei matar ela com o travesseiro quando ela era bebezinha, mas só o que eu me lembro era de pedir pra estrelinha no céu uma irmãzinha e depois de tirar o coco das fraldas delas com uma colher. Adora festa, é namoradeira, já casou várias vezes e trabalha como uma doida. Minha irmã mais nova tem 13 anos de diferença de mim, a gravidez tinha sido complicada, então mimamos ela. Logo meus pais se separaram e casaram novamente e ela tinha atenção de duas famílias – poucos limites, muita atenção. E adivinha pra quem sobrou o papel de colocar os limites, de ser dura? Da metida e agora rabugenta, aqui. A caçula só pensa em ganhar dinheiro, casou cedo, usa muita maquilagem e é dramática. Pra coisa ficar democrática, a mais velha –eu , não penso tanto ganhar dinheiro, mas gosto de ter a minha disposição , procuro muito mais ser do que ter, mas adoro coisas boas e sei bem como escolhê-las e usá-las. Gosto de harmonia, pessoas educadas e elegantes na minha volta, e quando não são, ensino a elas como serem (metida, eu disse).

Todos temos nossos papéis na família, o meu é de ser crítica e elegante. Apesar de todas as diferenças temos uma coisa em comum: adoramos nos reunir e passar a tarde debochando umas das outras, pensado em quem é a mais complicada. Lógico que não sou eu, são elas - mas só eu tenho blog, hehe!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Nabos a doze {Conto}



Daniela acordou quando o despertador tocou, ainda tonta do sono tentava lembrar do sonho que tivera na noite anterior, em que tentava salvar o casal de passarinhos, enquanto o ninho caia.
- Que sonho mais estúpido – pensou - é o que acontece depois de uma semana de insônia.
Ela aproveitou o banho para se reanimar e criar coragem para enfrentar o dia. Escolheu uma roupa nova, passou um pouco de maquiagem para disfarçar as olheiras e ganhou a rua.
Um dia ensolarado e ar ainda fresco da manhã a saudavam. Desceu a rua irritada consigo mesma, pois esquecera os óculos de sol. Enquanto apertava os olhos sensíveis à luz pensava:
-Se a mente falha o corpo padece!
Pensou em tomar um café na praça da rua Nabos a doze e quem sabe pegar um Brick, afinal já tinha saído da cama. O café estava praticamente vazio, ela adorava a forma como as árvores escondiam o café à medida que a rua descia. Poucos casais com crianças freqüentavam o local, mas nesse dia havia um casal com um bebê de colo, calculou que deveria ter no máximo uns três meses de vida. Ela sentou, pediu seu café e a criança começou a chorar. Reparando no pedido do casal que acabava de ser posto á mesa, ela levantou e pediu o café pra viagem.

- Não quero começar meu dia com uma criança berrando - pensou.
Franziu a testa, pegou o copo no balcão, abriu a porta e quando se preparava para sair foi surpreendida por um esbarrão que fez o café cair na sua roupa. Sem ver com quem tinha esbarrado, solta um palavrão jogando o resto de café quente no chão.
- Mas que droga – limpando a blusa – você não enxerga não?
- Ah, me desculpe por favor. – dizia a voz masculina.
E ao levantar os olhos para saber quem era o causador daquela tragédia matinal, reconhece Leonardo.
Passaram-se duas semanas – pelo menos foi isso que Daniela percebeu – até que conseguisse pronunciar algo.
- Ah, oi Leo. Falou meio automático, e logo prestou atenção no que dizia.
- O que você ta fazendo aqui?
-Vejo que você continua a mesma – disse sorrindo.
- Ah claro, é fácil ficar de bom humor quando não se tem café quente na roupa – esbraveja.
- Acidentes acontecessem, e eu já pedi desculpas. Atônita, ela disfarça mostrando-se preocupada com a roupa.
- Venha, eu te devo um café – abrindo a porta .
- Pra jogar em mim?? Pergunta indignada.
- Não, esse vou deixar você tomar – diz ele abrindo um sorriso.
O tempo tinha passado, mas Daniela não tinha esquecido o que aquele sorriso fazia com ela. Levantou o olhar e entrou no café.

O de sempre? Perguntou Leonardo. E ela pensou se dizia que sim ou pedia outro café só para ele pensar que ela estava diferente, querendo parecer misteriosa.
- Não, quero um expresso – disse ao se encaminhar ao banheiro.
O banheiro era limpo e decorado, bem diferente dos Cafés do bairro. Havia um balcão de mármore junto a pia, onde ficava um vaso cheio de diferentes tipos de grãos de café formando ondas paralelas, acompanhado de um outro, um pouco menor, fazendo seu par na decoração. As paredes pintadas na cor Terra, e as portas que davam para privada eram pretas. Assim que entrou Daniela procurou a privada, sentindo os lábios dormentes, a boca salivando, segurou seus cabelos entregando-se á
Náusea – o que digo agora?- perguntava a si mesma. Levantou-se em direção a pia, limpou a manga da blusa, umedeceu os rosto, ajeitou os cabelos, apertou as maçãs do rosto com os dedos para disfarçar a palidez. Não há mais nada a fazer a não ser sair daqui - pensou lembrando que já tinha vivido esse momento várias vezes na sua mente, imaginado como seria encontrá-lo novamente, e uma crise de ansiedade, e náuseas não faziam parte dela. Ficou ereta olhando para seu reflexo no espelho e disse baixinho:
- Ok Daneila, agora vai lá e seja indiferente.Você está bem, linda e segura! Mas não estava. As pernas estavam trêmulas e as mãos frias. Já se passara dois anos desde a última vez que se viram, nada de ligações e-mails ou MSN, ela tinha excluído e deletado de vez ele da sua vida. Bilhetes e livros que ganhou foram para o lixo ou para um Sebo qualquer. E foram dois meses só de festas e diversão, não ficava em casa uma só noite, sempre tinha algum lugar para ir. Mas o tempo foi passando e as saídas reduzidas, até se acabarem por completo. Ela dedicava seus dias somente ao trabalho, que detestava, mas que não a deixava pensar em mais nada, e a faculdade á noite. O resto do tempo ficava lendo qualquer coisa que caísse em suas mãos, e fazia visitas breves aos amigos.

Procurava dessa maneira proteger-se de qualquer relacionamento amoroso, ou de qualquer envolvimento mais complexo. Teve um ou dois casos breves e superficiais. E tanto dizia a si mesma que assim estava bem, que assim estava feliz, que um dia acabou se convencendo disso.E viveu bem esse tempo todo. Contudo, ao rever Leonardo parecia que não havia passado um único dia desde que ele foi até sua casa dizendo que não a amava mais. Ela ainda podia ouvir o som do seu coração partindo.
Respirou fundo e abriu a porta. Ele a esperava no balcão e ela pode vê-lo melhor. Os mesmos velhos hábitos, a calça desfiada na bainha, um All Star e um pulôver preto sem marca aparente.
-Sempre discreto –pensou enquanto se encaminhava para o balcão e ele a recebeu com um sorriso.
- Tudo bem? Perguntou ele.
- Tá sim. Maldito sorriso – pensou. Tudo bem. A criança ainda chorava e mãe tentava em vão acalmar o bebê.
- Vamos sair daqui. Disse ele indo em direção a porta levando consigo os dois copos de café. Daniela se dirigiu em silêncio para a rua. Já na calçada ela pegou o copo da mão dele e sem olhar perguntou aonde ele ia com tanta pressa.
- Eu não estava com pressa, na verdade foi você que esbarrou em mim.
- Física.
- Física?
- É, lembra do colégio? Colisões inelásticas ou elásticas sei lá, era aquela em que os corpos batiam e voltam na mesma velocidade.
- Nem lembro mais como se soma – disse rindo.

Ela reparava cada gesto que ele fazia. A maneira com que ele colocava a mão no bolso e balançava-se sobre os pés, o jeito que bebia o café apertando os lábios a cada gole. Tudo tão estranhamente familiar, tão comum, ele continuava o mesmo de antes.
- Você tá linda Dani!
-Obrigada! Respondeu entre um gole e outro.
- Você ta morando por aqui agora?
- Estou sim – disse ela olhando para as folhas que caiam das árvores na praça em frente, que anunciavam que o inverno logo chegaria. – Umas quatro quadras daqui.
E de repente recordou-se do sonho que tivera, e que no final não havia conseguido salvar os pássaros. Ela voltou seu olhar para ele e notou um sorriso meio bobo, um olhar meio carente.
-Bem, eu já vou indo. Bom te ver de novo Leo! Disse isso e já virou seu corpo para subir a rua quando ouviu ele chamar.
-Dani, espera!!
-Oi!
-Eu posso te ligar?
Virou-se para ele e deu mais uma olhada.
-Pode sim! Disse com um leve gesto de adeus seguindo seu caminho.
-Mas eu não tenho seu número novo.
Ela sorriu e sem olhar para traz disse:
- Eu sei.
Todo mundo deveria ter um amor mal resolvido, pensou ela ao dobrar a rua.


(14/04/08)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Nada de Pânico

Dizer "não se preocupe com a Gripe A" seria uma irresponsabilidade. Mas dizer não entre em pânico com ela é uma necessidade. Doente ninguém quer ficar. Mas não há diferença entre que faça da Gripe A mais perigosa do que a sazonal contra a qual milhares de brasileiros são vacinados todos os anos.

A cada morte divulgada de pacientes com o vírus da Gripe A se instala uma nova sensação incômoda. Foram 22 registradas no Brasil. Hoje em entrevista ao Gaúcha Atualidade o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que no ano passado foram 4.500 mortes por complicações decorrentes da gripe comum.

Hábitos de higiene é um bom caminho para que se evite as duas gripes. Informação adequada também. Quando surgiu com força no México houve um enorme alarde da imprensa mundial que repercutiu também por aqui. A imprensa ajudou (Matéria recebida por e-mail).

terça-feira, 21 de julho de 2009

Nada tão essencial quanto o supérfluo



Miséria pouca é bobagem, pelo menos é assim que pensa a Joalheria Mervis Diamond Importers, de Washington, DC. Em plena crise mundial ela lança uma tortinha feita de Mousse de chocolate e no lugar da cereja, um diamante no topo. E qualquer um com 18 mil doláres na conta pode degustá-la.

Balanço da Cadeira

Bom, como este blog foi criado pra cadeira de Planejamento Visual achei importante postar que a meta foi atingida e tirei um "A" na cadeira - eu e todo mundo que fez o blog , acredito.
Gostei de brincar de blogeira e vou tentar direcionar um pouco este blog com coisas de meu interesse, amenidades na maioria das vezes. Quanto ao que escrevi na descrição do meu perfil sobre ser Jornalista, é só um protesto.